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Drones na guerra da Ucrania: a surpreendente ligação com os modelos da DJI

Atualizado: 3 de jun.



drone dji e piloto com radio controle

Drones na guerra da Ucrania têm sido empregados em operações militares e de reconhecimento de forma intensiva, inclusive mediante a adoção inesperada de modelos civis de fabricantes como a DJI.


De acordo com reportagem da Reuters, “A guerra na Ucrânia tem visto uma explosão na escala com que [os drones] são empregados, tornando-os uma das armas mais importantes e amplamente usadas no campo de batalha”. Essa nova realidade demonstra que tecnologias originalmente destinadas a fins pacíficos estão sendo rapidamente adaptadas ao conflito.

Nas primeiras semanas do conflito, a Ucrânia dispunha de cerca de 50 drones militares Bayraktar TB2 fabricados na Turquia, aeronaves de médio porte capazes de lançar bombas guiadas a laser. Muitos desses veículos foram abatidos pelos sistemas de defesa, o que levou ambos os lados a recorrer massivamente a drones civis.


Modelos comerciais como o DJI Mavic 3 (aproximadamente £ 1.700) passaram a ser adaptados para fins militares. Esses drones baratos são equipados com pequenas bombas ou usados para identificação de alvos e direção de artilharia, fornecendo “olhos no céu” essenciais à estratégia ucraniana.


Drones na guerra da Ucrania: contexto geral

No contexto do conflito, tanto as forças ucranianas quanto as russas intensificaram o uso de veículos aéreos não tripulados (VANTs) de diversos tipos.




drone Inspire 1 da dji

Drone FPV

Um aspecto notável é a produção em grande escala de drones FPV (first-person view): o governo da Ucrânia anunciou planos para fabricar cerca de um milhão de drones FPV em 2024, ressaltando a importância de sistemas baratos e de alta mobilidade.


Esses drones FPV, originalmente projetados para corridas, podem carregar cargas explosivas e têm custo estimado em cerca de US$ 500. Empregados como armas kamikaze, são guiados em alta velocidade contra veículos inimigos e fortificações, destruindo alvos caros a custos muito inferiores aos gastos militares convencionais


VANTs de reconhecimento

Além dos drones FPV, existem UAVs de vários tamanhos empregados em reconhecimento e vigilância. Quase todas as brigadas de combate ucranianas passaram a contar com unidades especializadas em drones de ataque, e a maioria das demais unidades opera pequenos VANTs de reconhecimento. Esses veículos não tripulados fornecem “olhos nos céus”, permitindo identificar posições inimigas à distância sem expor soldados diretamente. Graças às câmeras embarcadas, as equipes de vigilância podem coordenar disparos de artilharia e outros ataques baseados nas imagens em tempo real.





drone dji
Drone DJI

DJI Mavic 3

Neste cenário, modelos comerciais de baixo custo mostraram-se relevantes. Reportagens indicam que a maioria dos drones usados no conflito são versões civis, destacando o modelo DJI Mavic como exemplo emblemático.


Originalmente projetado para fotografia aérea recreativa, o DJI Mavic — e suas variantes, como o Mavic 3 — passou a ser usado por unidades de combate. Seu alcance operacional e a qualidade de imagem permitem que operadores detectem alvos a longa distância e ajustem tiros de artilharia sem se aproximar do inimigo. Assim, mesmo drones de uso civil assumem funções táticas no campo de batalha.


Drones civis e modelos DJI em ação

Os drones civis utilizados na Ucrânia incluem modelos disponíveis comercialmente de fabricantes como a DJI. Um exemplo destacado é o DJI Mavic 3, uma das plataformas mais usadas pelos ucranianos.


Com custo aproximado de £ 1.700 (cerca de R$ 9.000) o Mavic 3 oferece gimbal estabilizado e câmera de alta resolução. Embora desenhado para uso recreativo, esse drone pode ser equipado com pequenas cargas explosivas e usado em missões táticas, para filmar e atacar alvos inimigos — até mesmo lançando pequenos projéteis contra posições específicas.




drone dji phantom 4 advanced
DJI Phantom 4 Advanced

DJI Mavic Air 2 e o Phantom 4 Advanced

Além do Mavic 3, outros modelos da DJI também são comuns no teatro de operações. O DJI Mavic Air 2 e o Phantom 4 Advanced, por exemplo, oferecem alcance semelhante (cerca de 30 km) e tempo de voo de 30 a 46 minutos.


Esses aparelhos são usados principalmente para reconhecimento aéreo, identificando posições inimigas e orientando operações no terreno. Uma vantagem técnica deles é a ampla disponibilidade comercial e o custo relativamente baixo, o que permite que forças com recursos limitados realizem voos de vigilância.


Adaptações para uso militar

Embora sejam drones civis, esses aparelhos têm sido adaptados para missões militares. Controladores podem instalar pequenos explosivos no compartimento de carga, transformando o drone em uma arma suicida direcionável.


O zumbido de um drone no ar costuma ser temido pelas tropas, pois indica que elas podem estar sendo observadas ou prestes a ser atacadas. Com câmeras de vídeo em tempo real, as equipes ucranianas conseguem mapear rotas inimigas e identificar pontos vulneráveis antes de efetuar um ataque — um ganho valioso de inteligência.


Esses drones, equipados com sistemas de câmera robustos, permitem que o exército distribua melhor sua artilharia ao localizar alvos precisos no terreno.


Mesmo assim, há limitações operacionais. O alcance máximo e a autonomia de bateria dos drones civis são muito reduzidos em comparação a UAVs militares. Um DJI Mavic típico voa em torno de 30 km e fica no ar por cerca de 46 minutos, restringindo a duração e o raio das missões.


Além disso, as forças russas empregam contramedidas eletrônicas para neutralizar esses drones. Por exemplo, usam pulsos eletromagnéticos (como o rifle Stupor) e bloqueadores de sinal GPS para desorientá-los.


Tais contramedidas podem fazer com que o drone caia ou retorne automaticamente à base caso perca contato com o controle, reduzindo a eficácia desses sistemas em combate.




logotipo da DJI

A resposta da DJI

Suspensão das vendas na Rússia e na Ucrânia

Em meio às notícias sobre seus produtos no campo de batalha, a DJI tem se posicionado explicitamente contra o uso militar de seus drones. Em abril de 2022, a empresa anunciou a suspensão temporária das vendas na Rússia e na Ucrânia.


Afirmando que abomina “qualquer uso de nossos drones para causar danos” e que agia para garantir que seus produtos não fossem usados em combate. Nesse anúncio, a DJI enfatizou que suas intenções eram estritamente civis, não políticas.


Anteriormente, a DJI também rejeitara acusações de colaboração com o exército russo, classificando-as como “absolutamente falsas”.


Segundo comunicado oficial, a empresa declarou que “não apoia qualquer uso que prejudique vidas, direitos ou interesses das pessoas”, promovendo somente aplicações civis de suas tecnologias.


Esses posicionamentos reforçam que a DJI procura se distanciar de funções militares de seus produtos, repassando a responsabilidade de uso aos operadores e destacando que seus drones são destinados a fins pacíficos.




drone nas montanhas

Regulamentação e segurança no uso de drones

O uso de drones civis, inclusive fora de zonas de conflito, é regulado por agências nacionais de aviação. No Brasil, por exemplo, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) define categorias de RPA (aeronaves remotamente pilotadas) de acordo com peso e finalidade, exigindo registro ou inscrição de aeronaves acima de certos limites de massa.


Pilotos habilitados e requisitos de segurança são necessários para operar drones em áreas públicas. O portal da ANAC sobre drones lista as regras vigentes para operação de aeronaves não tripuladas no Brasil (registro, licenças e limites operacionais). Essas normas visam evitar riscos a pessoas em solo e interferências no espaço aéreo.






logotipo da drone da bahia

Drone da Bahia: ética e respeito às leis em produtos e serviços

A Drone da Bahia presta serviços. reúne conteúdo e oferece links de produtos para entusiastas, seguindo orientações técnicas e legais recomendadas pelas autoridades.


Em nossos canais de divulgação o público interessado encontra dicas, acessórios e informações alinhadas às normas oficiais, contribuindo para o uso seguro e adequado dos drones civis – em contraste com as aplicações emergenciais vistas em zonas de guerra.



FAQ - Perguntas Frequentes: drones na Guerra

  • O que são drones FPV e como são usados na Ucrânia? 

  • Drones FPV (first-person view) são pequenos aparelhos originalmente desenvolvidos para corridas amadoras. Com câmera transmitindo imagem em tempo real, podem carregar explosivos e são pilotados em alta velocidade contra alvos. No conflito ucraniano, esses drones são usados como armas kamikaze: com custo estimado em cerca de US$ 500 por unidade, eles atingem tanques, peças de artilharia e outros alvos de alto valor a custos muito inferiores aos de munições convencionais.

  • Quais modelos de drones da DJI foram utilizados no conflito? 

  • Os drones civis mais citados incluem o DJI Mavic 3 e suas variantes, além de modelos como o Mavic Air 2 e o Phantom 4 Advanced. O Mavic 3, por exemplo, tem autonomia de cerca de 30 km de alcance e câmeras de alta qualidade, sendo amplamente usado para reconhecimento aéreo. Esses drones civis podem ser equipados para portar pequenas cargas explosivas, mas tipicamente são empregados para filmar, localizar alvos e apoiar operações terrestres de artilharia.

  • Como a DJI se posiciona quanto ao uso militar de seus drones? 

  • A DJI afirma claramente que desaprova qualquer emprego bélico de seus equipamentos. A empresa suspendeu as vendas na Rússia e na Ucrânia para evitar que seus drones fossem usados em combates, declarando que “abomina qualquer uso de nossos drones para causar danos”. Em notas oficiais, a DJI negou fornecer dados ou suporte militar, reiterando que não apoia “qualquer uso que prejudique vidas”. Em resumo, a fabricante enfatiza que incentiva apenas o uso civil de seus produtos.

  • Qual a diferença básica entre drones civis e militares? 

  • Drones civis, como os da linha DJI, são projetados para filmagem, fotografia e uso recreativo ou comercial. Em geral, apresentam menor capacidade de carga útil, alcance limitado e autonomia moderada, focando em estabilidade de voo e facilidade de operação. Drones militares (como o Bayraktar TB2 turco ou o Orlan-10 russo) são desenvolvidos para longa autonomia e carga bélica. Eles podem carregar mísseis ou bombas e possuem aviônicos resistentes a interferências, preparados para combate.

  • Existe regulamentação no Brasil sobre uso de drones civis?

  • Sim. No Brasil, todos os drones com mais de 250 gramas devem ser registrados na ANAC, e o piloto deve possuir habilitação adequada. Há limites de altitude (por exemplo, 120 metros), distâncias mínimas de segurança em relação a pessoas e estruturas, e operação proibida em áreas restritas (como aeroportos) sem autorização. Essas regras são obrigatórias tanto para uso recreativo quanto profissional, garantindo que os drones não representem riscos à segurança pública.

  • Quais cuidados técnicos são necessários ao adaptar drones civis para fins militares? 

  • Adaptar drones civis para uso militar exige atenção a fatores como capacidade de carga útil, estabilidade estrutural e robustez. Drones civis não são projetados para carregar explosivos, então é crucial não exceder o limite de peso e manter o equilíbrio do aparelho. O sistema de navegação (normalmente GPS) deve ser calibrado para operar em ambientes com interferência eletrônica, e a comunicação precisa ser segura para evitar desligamento ou falhas de comunicação durante o combate.




piloto com drone e controle em mãos

Lições aprendidas e perspectivas

A experiência da guerra na Ucrânia evidencia que drones civis podem desempenhar papéis críticos em conflitos, ampliando capacidades de reconhecimento e ataque a custos relativamente baixos.


Entretanto, limitações como autonomia reduzida e vulnerabilidade a contramedidas eletrônicas indicam que essas aeronaves não substituem drones militares dedicados, mas complementam o arsenal disponível.


Esse cenário também leva à reflexão sobre responsabilidade social e ética no desenvolvimento da tecnologia de drones. Fabricantes, governos e entusiastas têm discutido como prevenir usos indevidos em conflitos.


No Brasil, iniciativas educacionais e regulamentações em evolução buscam enfatizar o uso seguro e ético dos drones civis.


Para operadores e entusiastas, é fundamental respeitar as normas técnicas e legais de segurança. As diretrizes da ANAC e demais autoridades devem ser seguidas rigorosamente, garantindo que o uso de drones permaneça em conformidade com regulamentações oficiais.


O conteúdo sobre drones no Portal ANAC de Drones oferece orientações para um uso civil responsável. Em síntese, o caso dos drones na guerra da Ucrânia ilustra a versatilidade dessa tecnologia: demonstra que dispositivos civis podem ser adaptados a finalidades imprevistas, ressaltando a importância de disciplina e ética no seu emprego.

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